:

  • Tecnologias otimizam custos no cultivo de grãos


  • A maior feira de agronegócio do país, Agrishow apresenta opções com investimentos a partir de R$ 7 mil e inovações que prometem baixar em até 90% os gastos dos produtores.

A causa de queda da safra de grãos tem como uma das consequência os efeitos do clima, no entanto, uma parte dos prejuízos  têm relação com problemas como desperdício de matérias-primas, falhas humanas e equipamentos obsoletos. 

Em plantações como a cana-de-açúcar, por exemplo, a perda média de uma plantação, no Brasil, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é de 20%.

Na tentativa de diminuir essas perdas empresas apostam na popularização de soluções que aumentam a precisão dos processos. 

Entre as soluções encontradas estão máquinas multiculturas, sensores de solo que economizam água e mapeamentos remotos com uso de inteligência artificial estão.

Os itens citados acima podem ser encontrados na Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país que acontece em Ribeirão Preto SP.

“Acredito que a saída é a educação, é a capacitação e o entendimento de todos os envolvidos no processo agrícola para aumentar a precisão e diminuir perdas. A tecnologia e a inteligência artificial já são realidade no campo”, afirma o engenheiro agrônomo e presidente da Herbicat, Luis Cesar Pio.

Máquinas adaptadas

Produtores que cultivam mais de uma cultura no mesmo solo objetivam potencializar os ganhos. Isso ocorre com mais frequência em médias e pequenas propriedades, como aponta o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Manoel Ricardo de Albuquerque.

“Para haver ganhos em termos de produção e qualidade do solo nestes casos é necessário observar uma série de fatores. Técnicas específicas para o controle de erosão, calagem e adubação, além de uso de equipamentos e maquinários adequados é essencial”, aponta.

Uma grande parte da indústria percebeu que a máquina de colher feijão com precisão não tinha o mesmo sucesso na colheita de amendoim, por exemplo.

“A saída muitas vezes acaba sendo utilizar o mesmo trator e uma plataforma determinada para cada tipo de cultura, mas esse trator quase sempre vai danificar o grão”, diz Neto Colombo, diretor de operações das Indústrias Colombo.

Prometendo índices mínimos de perda, Neto diz que a colhedora Avanti, lançamento da marca, é capaz de um fluxo de baixo impacto do material a ser trilhado, ou seja, não danifica a semente quando a plataforma recolhedora passa por cima do solo semeado. 

Uma versão mais compacta da colhedora acaba de ser lançada na Agrishow e custa em torno de R$ 3,2 milhões.

“A esteira de descarregamento composta por lona de borracha mantém a alta integridade de grãos e agrega valor no produto. A compra do feijão ou do amendoim no mercado é visual, além de menores perdas, visualmente será um produto mais bonito."

Sensores que economizam água

“Água em excesso é tão prejudicial quanto a falta dela na lavoura”, declara o gerente comercial da Valley, Sandro Rodrigues. 

Portanto, os produtores vão em busca cada vez mais de opções de controle da irrigação. Sensores de solo ligados aos bicos de irrigação e controle meteorológico são a base da plataforma recentemente lançada pela empresa.

Com essa tecnologia a empresa promete economia de até 30% de água com um investimento de aproximadamente R$ 15 mil.

“O sistema é capaz de jogar todas as informações para o aplicativo de celular, o produtor recebe as informações hídricas da plantação e consegue alterar o planejamento de irrigação se necessário."